O que Fazer quando a Criança Desobedece?

As situações em que as crianças desobedecem podem ser frustrantes para os pais, tutores ou qualquer membro da família.

O comportamento infantil pode variar desde choro, gritos e até escândalos por conta de um brinquedo que não foi comprado ou uma comida que foi negada.

E, culturalmente, muito se debate a respeito do que fazer quando a criança desobedece.

Deve-se negociar? Colocar de castigo no quarto? Bater? Retirar privilégios, como o celular?

Os especialistas após muitas pesquisas acreditam que a punição fisica não resolve muito em termos de mudança de comportamento, e pode até mesmo agravar o comportamento que se quer evitar.

Segundo Alan Kazdin, o que a punição faz, no seu melhor, é imediatamente suprimir o comportamento. O problema é que ele retorna na mesma intensidade.

Contudo, grande parte deles acredita que ainda por conta do hábito cultural de extravasar e sentir que estão sendo ouvidos, os pais continuarão a aplicar alguma forma de punição física.

 

A punição física ainda é permitida?

 

Grande maioria de cientistas, pediatras e psicologistas concordam que as táticas de espancamento, até mesmo aqueles considerados leves, não colaboram muito e podem causar danos de longo prazo para a criança.

Hoje, em mais de 60 países o espancamento é proibido como forma de educar as crianças, lembrando que antigamente era permitido que as escolas disciplinassem dessa forma.

Contudo, ainda em muitos países como Estados Unidos, Canada e Austrália, ainda é permitido disciplinar fisicamente as crianças dentro de casa.

Nos Estados Unidos, inclusive, mais de 10 estados até permitem que isso seja feito na própria escola, algo banido em vários países.

No Brasil, a Lei da Palmada alterou o Estatuto da Criança e Adolescente, proibindo castigos físicos degradantes em crianças e adolescentes.

O que não impede, contudo, a famosa palmadinha que não provoca lesões ou sofrimento físico.

Apesar de no mundo inteiro haver uma campanha contra a forma de punição física, aparentemente muitos pais ainda escolhem essa maneira de disciplinar seus filhos.

No Reino Unido, segundo a BBC, por exemplo, 42% dos pais entrevistados disseram ter dado uma pisa em seus filhos pelo menos uma vez no último ano.

São várias as pesquisas que concluem que na punição física não existe um benefício a longo prazo.

O pesquisador Gershoff fez uma pesquisa robusta que associou o comportamento mais agressivo e antissocial aos piores relacionamentos entre pais e filhos e uma tendência a ter problemas mentais e comportamento antissocial quando adultos.

 

Tempo para pensar no que fez

 

Outra forma muito comum de disciplinar as crianças é colocá-las de castigo no quarto ou em um canto da casa.

Para quem já acompanhou alguns episódios de Nanny, já observou a técnica de colocar a criança no canto do castigo, explicando o porque ela está de castigo e a deixando lá sozinha pelos minutos que correspondem a sua idade.

Apesar do tempo de castigo ser considerado um grande avanço no hábito de espancar e bater, as pesquisas cientificas não dizem nada conclusivo a respeito.

Um dos poucos longos estudos a respeito acompanhou crianças entre 3 e 10 anos e depois de computar todas as diferenças nas formas de punição, não se chegou a nenhuma diferença conclusiva entre todas as crianças.

Chegaram a conclusão de que tempo de castigo não prejudicava mas também não parecia ajudar no comportamento a longo prazo.

O professor de desenvolvimento humano e ciência da família, Robert Larzelere, revisor da efetividade do método, olhou para as variantes como retirar privilégios e dialogar racionalmente e concluiu que existe a questão da personalidade da criança que deve ser considerada.

Deve-se prestar atenção no relacionamento de confiança entre pais e filhos para não prejudicar a confiança e contribuir para o sentimento de impotência e rejeição que a criança possa ter.

Siegel, outro especialista da área, recomenda se focar no que se quer em termos de educação. O que se quer ensinar, qual o benefício disso, quais habilidades você quer transmitir (como, por exemplo de ficar calmo).

As crianças aprendem muito mais pelo exemplo do que se faz do que pelo que se diz.

Então o próprio comportamento do adulto esta a ensinar mais do que qualquer outra coisa.

Como conclusão, podemos perceber que não existem danos comprovados a respeito do tempo de castigo MAS também colocar um tempo de castigo e retirar os privilégios também não é garantia de mudança de comportamento da criança.

Observe o perfil da sua criança e tenha em mente como você pode transmitir os valores que deseja e ainda a fazer se sentir apoiada, ainda que tenha errado ou se equivocado.

 

Coaching Emocional

 

É muito interessante observar se seus filhos ou sobrinhos não estão conseguindo fazer aquilo que voce requisitou por falta de instruções passo a passo.

O que pode acontecer especialmente com crianças pequenas. E nesse caso ensinar a expressar as emoções e a frustração é fundamental.

Muitas vezes ocorre uma falha na comunicação e a criança não consegue compreender como fazer aquilo que você pediu, como, por exemplo, estender uma roupa no varal.

E por conta dessa falha de comunicação pode ser que a tarefa sempre acabe sendo feita pela metade ou ocasionando o mesmo acidente, como a roupa caindo no chão e sujando.

Neste caso, colocar a criança de castigo não será efetivo, pois ela irá para seu quarto ainda sem entender como fazer aquela tarefa da maneira correta, já que voce não explicou passo a passo ou não deu tempo para que ela aprendesse a realizar aquela tarefa.

Procure dialogar e compreender qual a dificuldade que seus filhos enfrentam, quais são suas intenções e como eles se sentem.

O sentir é um bom termômetro, principalmente se esse sentir demonstra que estão frustrados e tristes.

Você muito provavelmente na infância já deve ter se sentido mal compreendido pelos adultos.

 

Usar a Empatia

 

Os especialistas tendem a concordar que a permissividade não é boa, assim como muita dureza também não é na hora de educar os filhos.

O ideal não é deixar a criança fazer tudo que deseja, mas também nunca deixar espaço para que ela explore e crie suas regras.

O diálogo deve existir para que seja possível compreender o ponto de vista da criança, como ela se sente, sempre buscando fortalecer o vínculo positivo entre pais e filhos.

Para depois corrigir o comportamento da criança e dentro do nível de compreensao da criança a fazê-la entender essa forma de fazer as coisas que você está ensinando.

Usar o reforço negativo, ou seja, a punição, como retirar objetos e colocar de castigo, deve ser a última alternativa na manga e não a primeira.

A criança não deve te temer mas deve te ver como uma figura de autoridade em quem ela confia para mostrar caminhos mais adequados para que ela cresça e se sinta bem.

Procure trabalhar sempre em si mesma para repassar através do seu comportamento as melhores lições para seus filhos.

Este artigo foi útil para você?

Qual seu estilo de corrigir o comportamento dos seus filhos? Compartilhe nos comentários.

About the Author: Aline Castiel

Criadora de Conteúdo e coach de Mentalidade de Sucesso que adora aprender mais sobre a vida e diversos tópicos, experimentando novos conhecimentos e compartilhando com o maior número de pessoas.

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